Eu costumo escrever sobre muitas coisas. Gosto de resumir tudo o que leio. Recentemente, pesquisei sobre religiões no Brasil por causa de um livro que li, e de um conto que pretendo escrever. Fiz alguns pequenos resumos que gostaria de dividir com vocês. As fontes foram algumas coisas que li, tem muito mais, só resumi para não ficar extenso. Isso é um resumo, de acordo com o que penso e o que entendi.
Acho que devemos sim aprender a discutir sobre religião. Somente uma discussão respeitosa e embasada pode promover aceitação e conhecimento, incentivando assim o respeito.


Evangélica

Denomina-se “evangélicos” os grupos religiosos cristãos que surgiram no século 16 a partir de um movimento chamado de Reforma Protestante como dissidências da Igreja Católica Apostólica Romana. O monge Martinho Lutero (1483-1546) é reconhecido como quem deu início à Reforma ao publicar, em 1517, suas 95 teses.
No Brasil, podemos a primeira igreja evangélica originalmente brasileira data de 1911: a Assembleia de Deus, fundada em Belém do Pará, pelos missionários suecos Daniel Berg e Gunnar Vingren.
Pode-se atribuir muito do crescimento da religião evangélica no Brasil por conta dos seus ritos mais diretos, onde é possível que uma parcela maior dos integrantes da congregação possa participar e ascender a um cargo de liderança, contrapondo os ritos e dogmas mais fechados da Igreja Católica (que era a religião que dominava a sociedade brasileira). Cria-se uma nova dinâmica da relação homem e Deus, o que pode explicar o motivo das pessoas abraçarem e se identificarem com a religião evangélica.
Com o passar dos tempos, dentro da própria religião, houve separação entre as vertentes do povo evangélico. Dentro dos neopentecostais, houve o advento da “Teologia da Prosperidade” – que possui na Igreja Universal, fundada pelo Bispo Macedo em 1975 com o nome de “A cruzada do caminho eterno”, tendo o nome posteriormente alterado para o atual – um de seus maiores expoentes. Com dogmas e reuniões que atraem todas as classes sociais, ao pregar sobre um Deus que, além de tudo, faz prosperar, tais adeptos dessa teologia, também começaram a investir em novos formatos de cultos, modernizando até mesmo a maneira de pregar.
Outro ponto que favorece a expansão do movimento neopentecostal e a facilidade para abertura de um templo (os menores, como “igrejas de bairro”): a burocracia quase nula, não há necessidade de nenhum curso ou ritual preparatório para a pregação nem de uma definição específica para o local. Em suma, tudo é guiado pela fé e pelo que os adeptos chamam de “a voz de Deus”.
Fechando o ciclo que possibilita tal expansão, existe o crescimento dos veículos de comunicação, não apenas o rádio e a Tv, mas as redes sociais. A possibilidade de interação com os fiéis por meio das redes sociais promove uma ideia de aproximação e identificação, atingindo em cheio o público alvo.
Uma prática que é adotada por quase todas as igrejas evangélicas – tradicionais ou não – é a de responsabilidade social: geralmente, existem programas sociais voltados para ajudar a população e programas de apoio e evangelização de criminosos que pretendem largar a vida do crime. Trabalhamos de evangelização durante a madrugada para moradores de rua, centros de reabilitação para dependentes químicos, visitas aos presídios, cursos de qualificação para a população da região, dentre outros, são obras que viraram um marco evangélico e também são responsáveis por conquistar cada vez mais fiéis. A propagação do trabalho social prestado por tais igrejas também é responsável pela conquista de novos fiéis.
Desta forma, não é de se espantar que os adeptos da religião evangélica continuem a crescer pelo país. Uma religião que propõe um contato mais direto com Deus, com possibilidade de recompensas e conquistas por meio da sua fé e que ainda possui responsabilidade social. Estima-se que, caso o movimento neopentecostal continue com o mesmo ritmo de crescimento, em 2022 o Brasil terá aproximadamente 580 mil igrejas evangélicas em seu território.

Fontes:




Catolicismo

É inegável que a história do catolicismo no Brasil se mistura com a própria história do país. Desde os primórdios da colonização, a igreja esteva presente no processo de desenvolvimento e estruturação de poder.
Presente nas esferas social, política e cultural do país, ainda hoje, apesar de tudo, sua influência é grande e arrasta multidões de adeptos. No Brasil, mesmo com a expoente da igreja evangélica, o catolicismo segue sendo a religião com mais adeptos.
Sempre alinhada com o momento político do país e ligado com causas sociais (movimento esse que aumentou na década de 50), o catolicismo sofreu grande perda de fiéis devido ao seu distanciamento do popular, não em relação a suas ações, mas com a hierarquia de adoração. Diferentemente da igreja evangélica, que facilita o contato homem X Deus e permite que praticamente todos os membros participem dos rituais religiosos, a Igreja Católica permanece com suas estruturas mais fechadas e rituais que exigem uma maior preparação para participação.
Uma tentativa de aproximação do povo e resgate do rebanho aconteceu com a renovação carismática, onde podemos observar novos padres surgindo, com novas formas de pregar: músicas, coreografias, textos e fotos em redes sociais tornaram-se uma nova forma de pregação e contato com fiéis. Exemplos de padres adeptos desse novo estilo de pregação são o Padre Marcelo Rossi e o Padre Fábio de Mello.
Além disso, a religião católica segue como tradição popular no Brasil, visto que até mesmo os que não são praticantes, informam essa religião como a sua, quando questionados. Acima da fé, tornou-se quase uma tradição popular.



História do Catolicismo no Brasil. 1500-1889 - Volume 1
História do Catolicismo no Brasil. 1889-1945 – Volume  2



Bruxaria

O termo bruxaria, por muito tempo, possuiu um significado com uma conotação negativa, atribuído pela perseguição causada pela Igreja Católica aos que acreditavam na cura e poder das plantas.
Apesar do Tribunal do Santo Ofício não ter sido instaurado no Brasil, ocorreram três visitações às terras brasileiras, 1076 pessoas foram investigadas, 29 foram levadas à fogueira, entre homens e mulheres.
Em maioria, as mulheres eram as maiores perseguidas, pois o saber feminino já era visto como bruxaria. Discordar da religião imposta podia custar caro.
Por seus dogmas (ou ausência deles), a “bruxaria” não é uma religião rígida, e existem vários grupos distintos que praticam bruxariam e se expandiram mundo afora, conquistando cada vez mais adeptos, principalmente graças a Internet. Essa globalização permite que cada vez mais pequenos grupos criem seus conceitos e práticas próprios.
Intimamente ligada a natureza desde a sua criação, a “bruxaria” desenvolveu várias vertentes, sendo atualmente a sua maior a Wicca, que foi fundada pelo antropólogo Gerald Gardner no final de 1950, e reconhecida como religião em 1986. Se baseia em antigas crenças e rituais pagãos, geralmente realizados em contato com a natureza e sem grandes hierarquias religiosas para participação. A Wicca é a vertente que mais possui adeptos no mundo e no Brasil.
Muitas pessoas buscam na bruxaria um equilíbrio entre suas práticas e filosofias de vida.
Convém ressaltar que, apesar de hoje não existir mais perseguição contra as pessoas denominadas como “bruxas” e o estigma ter diminuído um pouco, ainda podemos encontrar casos em que a simples menção de utilização de “magia” para fins escusos pode gerar condenação popular, como no caso de Fabiana Maria de Jesus, que foi linchada até a morte por populares, após os boatos de que havia uma mulher nas redondezas que sequestrava crianças para rituais de magia negra. Nada em relação a isso foi comprovado, entretanto, Fabiana pagou com a vida por esses boatos.
Os praticantes de tal religião, se é que podemos definir de tal forma, sempre procuram esclarecer que praticam apenas o bem e buscam uma conexão com a natureza. Tal conexão com a natureza explica o fato de tantos adeptos do veganismo acabarem por se identificar com as Wiccas (que não é um grupo composto apenas por mulheres).

DUARTE, Janluis. A Formação da Religiosidade Brasileira. In: www.mitoemagia.com.br,
2003.
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NOGUEIRA, Carlos Roberto Figueiredo. O Nascimento da Bruxaria. São Paulo: Imaginário,
1995.
PIERONI, Geraldo. Os Excluídos do Reino. Brasília: UnB, 2003.
RUSSELL, Jefrey B. História da Feitiçaria. Rio de Janeiro: Campus, 1993.
SOUZA, Laura de Mello e. O Diabo e a Terra de Santa Cruz. São Paulo: Companhia das
Letras, 1986.
DUARTE, Janluis. Houve bruxas no Brasil?


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